Eu fugi da escola e fui trabalhar para a cortiça em 1940. Não aguentava estar na escola. A professora batia muito, dava-nos reguadas nas mãos. Quase todos os dias levava reguadas!
Comecei a trabalhar na cortiça. Éramos pobres. Sempre era mais um a levar qualquer coisinha para casa. Mas às vezes a faca escapava-se da placa de cortiça e fazia golpes no braço [exemplificou os gestos de segurar a placa de cortiça sobre o ombro esquerdo, com a mão esquerda, e cortar com a mão direita]. Ainda tenho marcas aqui neste braço [aponta a parte superior do braço esquerdo].
Travessa Avelino de Sousa 3, 7520-160 Sines, Portugal