(“Ó Sines!” é uma curta história que ilustra a importância que o local de proveniência, Sines, teve na vida do recruta Fernando. “Sines” converteu-se na forma de tratamento durante o serviço militar e era também significativo para o Sargento Correia.)
Fiz o serviço militar na base aérea de Tancos em 1960 e pouco, talvez 1962. Eu era o único de Sines que lá estava. Fiz a tropa com um sargento, o Sargento Caetano Correia. Quando ele queria falar comigo dizia “Ó Sines, anda cá”.
Um dia, o Sargento Caetano Correia chamou-me e perguntou: “Ó Sines, então tu não sabes quem eu sou? Já nos conhecemos. Vê lá se te lembras de onde”. Não havia maneira de me lembrar. Mas de onde seria? Até que ele acabou por me explicar. “Então não te lembras que já te conhecia de Sines?”. Lá me lembrei. Sim, realmente já o tinha visto antes da tropa, quando eu era moço. Ele vinha passar as férias de agosto em Sines, ia à praia, andava a passear por ali.
(Nota: O sargento Correia era o avô paterno da autora da recolha da narrativa. No início da conversa, Fernando não se lembrava do nome do Sargento, mas mencionou a base aérea de Tancos. Foi o bastante para a autora da recolha arriscar o nome do sargento. E era mesmo do Sargento Correia que Fernando estava a falar)
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