O Canto Mosqueiro, no Cabo de Sines, foi, durante décadas, um local para desfrutar o Verão na companhia de familiares que tinham migrado para Lisboa. A caminhada começava na casa de Rafael Rodrigues Pai-Avô, na R. Marquês de Pombal, continuava pela Estrada do Norte e pelos canaviais até à falésia e à descida para o areal. Os homens levavam cana de pesca e as mulheres cuidavam das crianças e do farnel (Fotografia 1).
Em agosto de 1958, Elisa, neta de Rafael Pai-Avô, e Jorge, seu marido chegaram a Sines vindos de Lisboa. Jorge era funcionário bancário. Iniciou a época balnear com o estilo de banhista (Fotografia 2).
A presença de um homem da cidade em calções de banho e com uma coisa na cabeça que não era um chapéu despertou a curiosidade de três crianças do campo. O areal, para estas crianças, era um local como qualquer outro na Vila de Sines. Andavam vestidas, descalças e com um chapéu de palha. Desta vez desceram ao areal para verem os banhistas.
Nos anos sessenta, manteve-se a tradição familiar das caminhadas até à Praia do Norte por conta dos benefícios do iodo e do ar do mar. António, cunhado de Elisa, explorava a falésia rochosa com um martelo para recolher cristais de calcite. A presença das moscas era causada pela abundância de algas Laminaria no areal.
No séc. XXI, o acesso ao Canto Mosqueiro tem estado interdito, aparentemente devido à poluição do ambiente natural.
Av. da Costa do Norte, 7520 Sines, Portugal