Desde a chegada ao Funchal, pela primeira vez, em 1956, as viagens Lisboa-Funchal converteram-se numa rotina. No terraço do quarto alugado temporariamente via-se o mar e os barcos atracados ao cais da Pontinha.

“Não enjoavas?” Enjoei uma vez no camarote do navio Santa Maria quando o cheiro do queijo se libertou do embrulho do farnel. A minha mãe também viajava com as suas tradições. Levar um farnel era a tradição da casa dos avós e da mãe de Madalena quando iam à feira do Cercal do Alentejo nos anos 30 e 40.

Ao contrário do ambiente arejado do carro de bestas, nas viagens pelo Alentejo Litoral, o camarote de 2ª classe do navio Santa Maria tinha um ambiente quente e abafado. O problema resolvia-se facilmente ao beliscar umas grossas barras de chocolate da África do Sul comprado a bordo.